Nunca gostei dos artigos que falam que o amor é um sentimento flutuante num oceano de rosas, sobre dar e receber, ida e volta, histórias de amor com finais felizes... Acredito no amor, o sentimento existe, ou talvez apenas a palavra que denomina o sentimento que envolve o coração (outro órgão que poderia ser substituído). E se ao invés de falarmos de coração, falássemos de cérebro, por exemplo. Hein???? Claro, se fossemos acostumados a pensar que é o cérebro (e não o coração) o órgão possuidor e administrador deste sentimento intitulado "amor". Ora, pois! É com o cérebro que administramos os sentimentos mais fortes, paixão, ciúme, ódio... Com o coração só fazemos bobagens, mas é claro, do coração advêm os atos emocionais e afetivos. Do cérebro vem à racionalidade sempre indispensável no cotidiano do amor.
Para amar é
necessário a bilateralidade, ou seja, quem ama sozinho ama os teoremas de
Platão, quem ama sozinho não ama a si mesmo, é necessário uma outra parte que
nos devolva o amor. Só assim podemos voltar ao velho dilema de dar e receber,
ir e vir, tolerar e ser tolerado. O amor é dose dupla! Duas pessoas! Todos
sabem que triângulos amorosos não dão certo. Amar não é fácil como lemos nos
jornais e revistas, nos filmes e novelas. Para finais felizes, é necessário
fazer graduação e especialização. Sermos mestres e doutores. Sem pseudos demagogias,
considero o amor uma dádiva até que venham os outros sentimentos que envolvem a
palavra "amor". Já falei, amar é maravilhoso, mas é preciso saber
amar! Este impulso geralmente vem acompanhado de ciúmes e outros incômodos
sentimentos. O ciúme é a soma ou a multiplicação de nossos próprios medos.
Criamos a monogamia, queremos uma pessoa só para nós, às vezes conseguimos de
fato, mas voltamos a desconfiar. A desconfiança não é uma invenção, invenção
foi termos criado a infidelidade, daí a justificativa da desconfiança.
Deixou-nos Freud o aprendizado: Quem ama
sofre, pois sem mais, tem medo de perder.
Disse-nos Friedrich Nietzsche: O amor não
existe, o que existe é o prazer que o outro nos proporciona, uma vez que nos
deixem de dar prazer nos afastamos, vamos embora, damos no pé. Isso
acontece inclusive entre pais e filhos, nas relações que chamamos de amor incondicional!
O amor pode dar certo até que a morte nos separe dele, ou, até uma ofensa, a indiferença, a falta de diálogo, a exigência daquilo que não podemos dar, a desorganização do sentimento, quando descarregamos nossas frustrações em cima da pessoa que dizemos amar... É indispensável o cérebro como a placa mãe do amor! Dosar a paixão, impulsos de ciúmes, vícios descontrolados, intolerância! Avaliar a cada passo nossas próprias atitudes para só após julgar o outro. Amor não anda na contramão. Dos sentimentos mais profundos recebemos de verdade aquilo que damos. Se damos demais e nada recebemos em troca é porque talvez apenas consideramos que damos algo sem nada dar, ou, a outra parte não tem nada a oferecer.
Amor é, sobretudo, companheirismo, prazer em estar juntos, deleite em compartilhar pequenas coisinhas, grandes momentos, situações inesperadas. Saber ouvir mais que falar, compreender ainda que não compreendamos. Amor é ser paciente. Amor é camaradagem!
Se fazemos deste sentimento um fardo de brigas e intrigas, um instrumento de rivalidade e competição, nada sabemos sobre ele.
Fez-se a hora de voltar à faculdade para aprender a reaprender!
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Published on e-Stories.org on 06/19/2009.
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